quinta-feira, 4 de julho de 2019

Compromisso caseiro de vida – remake


Fórmulas mágicas,
deixar de querer adivinhar o futuro
a partir dos parcos sinais de hoje.

Faz tempo que sente a apreensão
do gênero operário.
A ameaça dos Brasis de hoje
declarada apenas na balbúrdia
dos recentes vencedores.

Antes
houve apenas o remoer de não se lembrar
como se faz alguém feliz.
A incapacidade de fazer feliz.

A incapacidade de se partir estas correntes
donas do seu amanhã.
De moldar o futuro dos filhos
a partir de sua vontade e certezas colhidas
de uma vivência plena, independente –
não de favores dos vendados olhos do poder.

Será que existe o tal do “dono do destino”?

Apenas ele vê a varanda ameaçada
quando este vento torto faz a madeira bater-se
querendo despertá-lo da languidez.

Mas ela ainda lembra o pito dividido
da Mariquita de Drummond.

A voz dela lhe abala
quando ele fala sobre seus medos.
Mas a voz dela também lhe acalma
como o rio profundo
que atravessa a cozinha de Adélia Prado.

“Lembre-se de nosso vinho de hoje à noite.
E pare de se coçar!”

CRiga.

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