terça-feira, 30 de julho de 2019

Ao silenciar sobre aberrações, você é uma aberração


Vieram concretando a areia da praia.
Destampando os bueiros –
ratos que transformaram a flauta
em pau pra dar na cabeça de quem pensa.

Como suportar o peso dos paquidermes
por todo o teto, todo o canto?
Eles espremem contra a parede
todo o corpo movido à realidade.  

Vale mesmo o preço emburrecer?
Embrutecer mais o bruto?

Deixar rachar no chão a cabeça da criança
depois do centésimo ataque epilético no dia – 
enquanto no gabinete pensam ser Deus
fabricando novos Lúciferes
pra enrolar na festa dos ignorantes.

CRiga.

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