segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O dedo indicador


Não tenho o direito de deixar
de viver meu resto de vida,
porque alguém quer-me morto
ou não nascido.

Aponte-me a arma, então.
Mas dá-me de troco a tua alma,
deixe-me também te julgar.

Deixe-me penetrar-te o punhal seco
de ser humano – ninguém é santo
porque santidade não existe
ninguém ainda inventou.

E se hoje eu morrer assim pagão,
então serás tu o dono das verdades
o feitor das tempestades
e eu não me importo –

torto é o pau do carvalho seco
que a raiz o fez assim.


CRiga.


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