terça-feira, 12 de setembro de 2017

A pata do elefante


Contra a parede,
nem sei se há parede.
Um passo à frente,
nem sei se é caminho.

Tem é uma pata de elefante
sobre minha cabeça pensante
meu peito ofegante, morro aos poucos.

Eu preciso sim de salvação
ou talvez prestar mais atenção
ao que dizem os meus filhos.

Um quarto bem arrumado.
Um trabalho de escola
O planejamento pra festa de aniversário.

O futebol na quadra, o dia na escola.
O cabelo que precisa cortar.
O dinheiro pro pastel da feira.

Eu preciso muito também
que eles durmam mais cedo...
Minha cama é a espera fria calculada
das letras muito bem colocadas
em respostas que não sei pra quem.

Pra quem devo mais que respostas,
a pata do elefante me sufoca, me endurece.
Então o sono me mata mais um dia.

A pata do elefante me esmaga todos os dias!
Esmaga a poesia que eu preciso
pro espetáculo do circo
que a vida insiste ser.


CRiga.


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