quarta-feira, 10 de maio de 2017

Brisa na esquina


Desde quando você não passou pela minha rua,
fui pedra na esquina
atirada na vidraça, você me quebrou.

Então quebrei caminho, um atalho,
pra esquecer os teus passos
aqueles frios, compassados,
quase descalços
no asfalto quente da ladeira sem fim.

Há uma prece no vento que por um tempo
se calou, mas eu vi tua fotografia.
Eu vi o dia em que você, distraída,
atropelou os carros da avenida
pra desviar da minha rua.

Desde então apago tuas pegadas. 
Mudei-me, distantes cidades,
o estado de espírito.

Minha rua tem agora edifícios
e um quê de falso aconchego.
Mas eu ladrilho de muitos brilhantes
boas lembranças
se é pra você passar.

CRiga.



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