quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Pelé ou Mozart


Na fronte o olho sagitário não previu
e chorou a lágrima vermelha
da bala perdida na vida sem rumo. 

Viu o moleque correr no campinho
e esconder-se lá no mato –
é jogo de campeonato!

Olheiro nenhum viu
o talento pé-de-vento no campinho,
o tempo pé-de-moleque
abrindo leque de possibilidades –
menos a de ser feliz.

De frente pro gol errou o rumo
e preferiu nem tiro de meta –
meteu tiro em quem se meteu.

Olheiro nenhum viu o craque,
estádio nenhum gritou o gol.

A bola perdeu-se no mato,
a bala perdida feriu o ego,
e o olheiro cego
só pôde sangrar.

E o novo Pelé vai crescer na terra batida,
na bala perdida... 
E não há mais tempo –  
é bola no mato,
bala na testa,
tempo de campeonato.


CRiga.

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