quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Ensaio de ternura

(fotos de Flávio Costa)
Vivo como que finjo – 
as histórias que contei
irão se perder no pó das gavetas.

Não farei história.

Finjo que tudo bem –
as memórias que forjei
são meros melodramas
que não convencem mais ninguém.

Não quero convencer,
talvez apenas o reconhecer.

E este "apenas" é muito, então – 
sei que as parcas letras
não assinaram teu diploma,
e o terno, na goma,
não é aquele mesmo que descrevi um dia.

Apenas um dia quente
lá naquele Planalto Central.

Não adianta lembrar-te a história.
Antes daquela tempestade
era o dezembro uma terna despedida –  
“até um dia, por aí...”

Apenas um dia de chuva
aqui no Centro de Barueri.

CRiga.



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