terça-feira, 18 de agosto de 2020

O missivista


Meu antigo amor,
minha amiga, meu sonho que passou.
Recheado e enfeitado
com tudo o que aprendi.

Nada aprendi!

Minha doce impressão
de amor abandonado na esquina.
Por que só quando a gente envelhece
sonhos resolvem nos corroer
e os olhos aceitam o perdão?

Não me reencontrei.

Eu perdi a ideia de quem és.
Perdi rumos, ouvi rumores.
Um cabelo feito pra reconquistar
e uma juventude toda pela frente,
recomeçar.

Minha cara, meu segundo rosto.
Te escrevo o sangue inútil
deste cansado coração descompassado
sem mais letras.
Aguardo novas notícias tuas
num selo antigo carimbado de ilusão.

Triste coleção.

CRiga.


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