segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Arrasta-se a vida

Eu vi as mãos desatarem.
Corações descompassarem.
Rimas desrimarem.

Malas intactas vazias no armário –
não vão levar as roupas embora
mas também não farão mais as viagens.

Eu vi amigos caminhando pelos cômodos
do grande apartamento,
como se nunca os quartos tivessem sido um dia
por eternas noites
um só.

É certo que uma hora até aquele amor cansa.
A dança nos terraços vira patética lembrança.
A vida vira o dia a dia do “bom dia” de um estranho
e nada mais.

CRiga.

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