Não consegue
mais rugir. É uma leoa cansada.
Lutou muito
na selva. Não tem cadeira de balanço.
Deixava a
casa desarrumada.
Não me lembro
de muito amor.
No começo
corria corredores dos ônibus,
tudo limpo,
trazia pra casa o pó do mundo.
Depois de
novo subia andares,
guiando novos
elevadores –
pra vida não
tem mesmo guia de bolso.
Cansou. É uma
leoa deitada sobre a relva.
Não tem
cadeira de balanço mas tem um xale.
Não tinha
tempo nem de se arrumar, um rouge.
Um dia eu
acordei com ela me botando os sapatos,
peguei no
sono antes da escola, ela não brigou.
Acho que isso
é amor.
Para
Ermina, minha mãe, que neste dia 10 de agosto completa seus 73 anos.
CRiga.
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