Há uma
sensação que persigo
abrigo, dever
cumprido.
Há uma
sensação que devo muito.
Perigo,
eterno medo de desiludir.
Ninguém nunca
me viu por dentro.
Daqui saem
etílicas borboletas,
secos dragões
sem fogo cujos sorrisos
são sinceros
e preocupados.
Haverá
memórias de fogueira.
Distantes,
não farão revoluções.
Dúvida é se
existirá um jardim amnésico
cujas rosas
não peçam documento
pros
beija-flores da madrugada.
Eu tenho
idade, só não tenho tempo.
Quero beijar
sem culpa, de barba,
voar sem
horários de museu.
Não quero
crianças fingindo interesse,
nem a cor
forçada na exótica fotografia
calando as
verdades das minhas rugas –
elas poderão
com falsa propriedade
recitar
poemas e apenas te enganar.
Nunca pisei o
chão da maioria dos pés.
Nunca vivi o
tempo das verdades eternizadas
enlatadas
numa festa de jubileu.
Eu durmo num
casulo eterno.
Inferno pra
mim
é me tornar.
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