Eu não vejo onde
recuperar-me
recriar-me.
Portanto não
precisa mesmo
me dar mais
a tua mão
enquanto “juntos”
caminhamos.
De perdido
basta o homem
que nunca mesmo
se encontrou.
Não precisa mesmo
mais do fogo,
eu compreendo.
E é difícil
romper os laços
há os nós e
mais percalços.
Quero mesmo é
chegar cansado
mais tarde,
um trabalho que paga pouco –
assim está o
Brasil
assim estamos
nós, faz tempo.
Teu sono é
muito leve, eu sei,
é preciso
reservar a cama
que hoje
sobra em outro quarto.
Os erros e um
Brasil
mais questões
psicológicas
psiquiátricas
gastam aquele
papel do cartório
e também o
mesmo chão que a gente pisa
num
apartamento caro e alugado.
Eu compreendo.
Apenas amizade
não aquece.
Só não esquece
que um dia
a gente quis
apenas acertar.
Antes eu
fazia poesia pelas esquinas
ilhas e avenidas.
Hoje caminho
reto sem sorte
apenas pra
enganar a morte
nesta meia-vida
de duas camas.
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