quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Estação dos olhos verdes


Eu não tenho muito tempo, me devolve este sorriso.
Entre a vida sem lugar para sentar no banco do trem
E a morte presa às orações que não acredito
Eu insisto, te procuro porque daqui a pouco
Seremos apenas pó na multidão difusa.

Não és musa, nem amor de uma vida.
Apenas verdes olhos distraídos
Preenchendo o nada nesse ar
Muito devagar.

A porta se abre, você se esvai feito gás neon
Deixa um rastro colorido
Florido vestido da ternura.

Eu tenho todo o tempo do mundo
Me devolve o pouquinho que você tomou.

Entre a morte de voltar às ridículas orações
E a vida de corações confusos
Eu continuo, no escuro
Até a próxima estação.

CRiga.



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