quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Ar rarefeito


Não espero nada.
Um canto de passarinho
Um silêncio confortante.

O lugar que mais amo
A lembrança mais singela.
O perdão de fato
Teu tato no meio na madrugada densa.

A festa.
Uma fresta no muro severo
Deixando a brisa consolar o rosto.
Um gosto, qualquer gosto
Um jeito de você me sentir de novo.
Um escrito maldito que preste
Que peste de mil vidas espero!

Um sol que me silencie
Uma noite que me denuncie
Um querer viver consciente
De que tudo vai passar
Não vai, nunca vai…

Vejo carros passando em frente ao bar
Estou sozinho
Sei que ninguém vai chegar.

O mundo inteiro poderia parar
Ar rarefeito
Eu tento não esperar.

CRiga.



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