Tocava seu
blues na gaita de madrugada,
era o frio,
a chuva e uma cidade intensa
que o
desdobravam pelas calçadas sem estrelas.
Hollywood
era apenas lenda de revista,
e os
buracos no passeio público
tinham nomes
de políticos e burocratas.
Fizesse
fama deitaria, se deixaria
fotografar nu
feito Lennon e Yoko.
Havia pouco
acorde e muito a dizer.
Arte maior
é morrer de frio
na calçada
sem fama,
folha de
papel borrada no bolso furado –
futuro
sucesso, domínio público,
sem gravura
nos livros da biblioteca
sem menções estrelares
nas visitas
escolares aos museus.
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