Não maldiga
a igualdade das coisas
que você
acha todas iguais.
A diferença está no simples detalhe:
despir-se
da pele do cordeiro da moda
e vestir-se
do velho manto que divide
o calor pra
dois corpos,
seja na
fedida cama dos bordéis,
na doce
pornografia dos motéis,
seja
debaixo do singelo cobertor
dos pais
que não estão em casa.
Um dia
todos se descobrem!
Por isso quero cometer o crime
de
acreditar de novo nos teus olhos,
aqueles
mesmos que não vejo mais refletidos
naquele
menino que te procurava silencioso,
naquelas
esquinas nos bares
nos luares
das ilhas que afundaram.
Quero recriar casas lares pares imperfeitos
enfeitando
a praça da hipócrita vanguarda:
mais vale ter amor seguro,
uma mesa
pra dividir o vinho
e um
trocado pra ganhar o pão.
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