Agulha travada
na sujeirinha do velho vinil –
uma nota só no solo triste de uma guitarra
e num grito mixado de solidão.
Meio emeéle
no vidro do perfume francês –
um cheiro só na fragrância de perder os
rumos
insistindo em guardar lembranças.
Fotografia desbotada
no bolso do surrado jeans –
uma cor de pó gritando no assoalho comido,
um nome rangido, abafado.
Botão de rosa pendurado
no caule quebrado do abandono –
plantas revirando em nó no sedento jardim
do quintal de pedra
invadindo a casa, um dia lar.
Morri, vivo,
procurando tolos atalhos
nas coisas que mofaram,
nos objetos sem objetivos.
Um dia desistiram de mim,
sem me avisar, não foi por mal –
sexta-feira eu programo
meu próximo inferno astral.
CRiga.
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