Daqui só vejo
o cinza do asfalto
onde apenas
pombos sujos
decoram a
melancolia.
As poucas
árvores que há
são bonsais
de estimação
quase
engolidas pela “paisagem” –
palavra
demais bonita
não combina
com a cidade.
Olhos
vidrados no movimento dos carros.
Pássaros
maliciosos cortam a travessia
mudos – ou o
barulho suga seu palavrão
contra o
carro do ano
em excesso de
velocidade.
Procuro
sobreviver nisso
que se
convencionou chamar-se de selva.
Preferiria
procurar cipós pra doce amiga
artista que
molda apanhador de sonhos.
Procuro o
sentido de Manoel de Barros
mas aqui a
simplicidade está apenas
na placa que
me proíbe
e não me
explica
por que não
posso colher as flores
do jardim da
Prefeitura.
Para os
amigos Andreia Medeiros e Danilo Amélio
(foto de Flávio Costa)
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