terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Hóstia craquelenta


Há um desafio pior.
Contra si é difícil vencer.

Ver auroras nubladas distanciarem
o verão dos dezembros.

Ver a hora passar sem lhe dar
razão de ser.

É uma batalha.
A história inspiradora fica chata.
Você fecha com raiva o livro.
Tempo perdido.

E eu não tenho tempo.
Na verdade, o tempo me corrói.

Me transforma ratinho no canto da casa.
Suspirando, transpirando, esperando.

A ratoeira enferrujou. O queijo já mofou.
Há portas sempre fechadas
porque penso ser pequeno.

A porra do livro chato foi que me disse!

Mas eu prefiro o céu nublado
a acreditar que o sol
é o sorriso de algum deus.

Meus desejos são confusos.
Não me venha então onipresente
querer me empurrar
aprender à força a voar.

está fechado, fitas amarelas da polícia.
Eu assassinei há muito tempo
o pastor, o carpinteiro
e o cientista.”

CRiga.


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