Faca cega não
corta palavras.
Há agora apenas
um papel amassado
afixado na
porta da geladeira
com um imã
daquele bem brega.
Alma que escorrega...
Hoje
desperdicei o fio falando
sobre o que
não vai mudar a vida de ninguém.
Fim de dia e nem
precisava nada assim
tão profundo –
bastava um
mundo onde por um segundo
se pudesse
sonhar ou rimar ricamente.
Há um perdido
antigamente...
Não estou
mais afiado. Pedra gasta.
Cerveja
quente. Coca-Cola sem gás.
Vinil riscado
fritando ovo insistindo gritar
na vitrola
mono de uma caixa só.
Um nó na
garganta...
o pôr do sol não
traz o sorriso de missão cumprida
porque a
louça grita silenciosa na pia –
apenas o fim
do dia.
CRiga.