sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Compromisso caseiro de vida


Fórmulas mágicas para deixar de querer adivinhar o futuro a partir dos parcos sinais de hoje. Faz tempo que não sente a apreensão do gênero operário, a ameaça dos Brasis de hoje, porém declarada apenas no silêncio dos novos vencedores. Antes, houve apenas o remoer de não se lembrar como se faz alguém feliz. A incapacidade de fazer feliz.

A incapacidade de se partir estas correntes donas do seu amanhã; de moldar o futuro dos filhos a partir de sua vontade e das certezas colhidas de uma vivência plena, independente – não de favores dos vendados olhos do poder; sermos os famosos “donos do destino” – será mesmo que existe alguém assim?

Apenas ele vê a varanda ameaçada quando este vento torto faz a madeira debater-se querendo despertá-lo da languidez. Apenas ela lembra do pito dividido da Mariquita de Drummond.

A voz dela lhe abala quando ele fala sobre seus medos. Mas a voz dela também lhe acalma, como o rio profundo que atravessa a cozinha de Adélia Prado.

“Lembre-se de nosso vinho de hoje à noite. E pare de se coçar!”

CRiga.

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