O
ártico na boca do estômago é simplesmente te ver chegar – e chegou, com atraso,
um arraso entrando na sala!
A
aula passa, eu olho, você conversa, a professora chama sua atenção. Você apenas
sorri, recolhe o corpo à carteira e finge que não foi com você.
Foi
pra mim que sorriu? Acho que sim! Acho que não…
A
aula passa arrastada, e eu engulo seco esse coração que corre tão descompassado - sabe aqueles desenhos animados em que ele pula da boca com uma mola pendurada da garganta? Engulo mola, coração e coragem.
Finalmente o sino bate, é hora do recreio: agora é fogo gelado no peito, a espera, a ansiedade - o bilhete escondido na tua mochila, ninguém vai ver.
Finalmente o sino bate, é hora do recreio: agora é fogo gelado no peito, a espera, a ansiedade - o bilhete escondido na tua mochila, ninguém vai ver.
Depois
do ensaio de espião de filme da sessão da tarde, saio à sua procura, eu trouxe um lanche a mais pra dividir com
você. Só que você só anda dando voltas no pátio junto a colegas, passa fria por mim, não para nem
prum oi. Acaba o recreio (pareceu apenas um minuto!), e na volta, em fila pra sala, todos sentam em suas carteiras e eu só continuo olhando pra
você aquele olhar quase baixo, torto, peixe morto.
Esperança:
trabalho em grupo! Cruzo os dedos, é a professora que vai montar. Vamos lá!...
Decepção! Mais uma vez não ficamos juntos. Será que um dia vamos ficar?
Decepção! Mais uma vez não ficamos juntos. Será que um dia vamos ficar?
Vejo então seus
dedos passearem por dentro da mochila procurando não sei o quê, desfilam,
reviram, puxam o caderno – e lá se vai meu bilhetinho secreto ao chão! Um
“não...” sai meio mudo da minha boca, a professora observa, pergunta o que
foi.
Não
foi, professora... Talvez nunca será...
CRiga.
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