Você
não sabe sobre o que falar. E também não tem mais saco pra debater a crise no
Brasil.
Então
você remexe algo que restou de bom, e repara que nem passado ou presente lhe
dão letras harmoniosas. É, meu chapa: você perdeu o lirismo.
Enquanto
isso só resta disfarçar, então, essa sensação de imensa incapacidade de
construir – um poema, um Brasil melhor.
Amargura,
calor pra caralho. Uma música que me diz tudo. Uns dias que não me dizem muito.
Um perfume selvagem na memória do coração. Uma adolescência, um saudosismo, um
medo do futuro dos meus filhos. Uma emergência em mudar o presente, corpo e
alma, nem tanto as enferrujadas engrenagens desta politicagem nojenta que nos
acerca nas três instâncias.
Tudo
se mistura. Fedores, amores calejados, a paixão que pegou a estrada e se nega a
voltar, um pé atrás nessa euforia, o dia, o fim do mês, um disco novo pra comprar. Uma boa conversa no trabalho, a cerveja que não há mais nos dias de
semana, uma caminhada no parque. Passos que levem a lugar qualquer que não o
morno silêncio pra vomitar.
Você
simplesmente não sabe sobre o que falar. Mas quer falar. Quer gritar.
Baixinho...
CRiga.
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