Não
posso me sentir meio feliz, sentimento de missão cumprida – na sequência a vida
vira de novo a ampulheta, me põe pra correr aprimorando acertos, aprendendo com
os erros.
Não
posso me sentir meio sozinho, aquela velha lucidez incomunicável – há um Brasil
que não nos deixa quietos, e quando você quase se acostuma com os desmandos, o
seu dinheiro salva senadores e presidentes.
Não
posso me sentir meio triste, quem vai sofrer pelos meus problemas? – enquanto
olho pros umbigos mais próximos, um menino mata colegas na escola e o tráfico
impede outro de estudar.
Não
posso me dar o direito de desistir, a cabeça às vezes racha contra o muro que
quer me impedir – há um espírito que insiste vestir o manto do brilho discreto
de ir além de sobreviver nesta história toda, caminhando ruas e avenidas, e quebrando
esquinas enquanto distribuo os panfletos que me cabem distribuir.
CRiga.
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