Não me
agradam heróis engravatados
ou muito
bem barbeados, cara lisa
verniz dos
bancos da igreja polidos pro domingo.
Mas também
me chateiam as bandeiras coloridas
que se
enfiam até num filme de ação
querendo
mudar o sexo dos super-heróis.
Me enoja
quem me cobra lados
quem exige
assumir uma posição
entre o
dedo em riste
e a
provocação exagerada.
Entre as
flechas podres flechas
do caçador
guardião que acerta à esquerda
e do falso
índio que desfila nu para a direita.
Pender é
morrer flechado
pregado na
árvore velha da praça.
Aquela da
esquina
que
desgarra folhas demais
sujando as
calçadas dos senhores de bigode
à direita
de quem passa com pressa.
Aquela
mesma que se parece
um falo enorme
capado
culpado,
amordaçado, símbolo da opressão
à esquerda
de quem corre da patrulha.
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