Quando entrecortava as ruas do centro da cidade
caminhava correndo
ganhando o tempo
que mal sabia
se lhe devolvia vida.
A energia
permitia os excessos da juventude
além de viver
pendurado nas madrugadas
nos ônibus
lotados.
Deixou passar
tantas tantas paixões bonitas
porque tinha olhos
de ainda menino
que ousava
pedir olhares às meninas.
Desiludiu-se
com a menina da turma da tarde
que inventou
um pai brabo
pra
justificar a paixão pelo menino mais bonito.
Mas teve de
presente uma linda namoradinha
todo dia,
e tinha
amigos e um walkman.
Tinha dúvidas
de existência
que não
necessitavam de psicogentes profissionais.
Comprava discos
de rock and roll
e presentes
pra irmã mais velha
que não sabia
o que era trabalhar.
Algumas vezes
perdeu pros ladrõezinhos.
Mas continuava
nas ruas gastando o tênis
e tudo o que
a idade lhe permitia.
Deu um Sonho
de Valsa ao avô
na cadeira de
rodas, tomando sopa,
numa noite de
sexta cujo sábado foi de luto.
Mas foi,
ganhou o mundo e até um carro
enquanto
perdia um grande amor.
Bateu o carro
na entrada daquela velha ponte
onde um dia
com viu com a tia
um corpo
retirado do rio
depois da
violência da periferia.
Mais tarde encalhou
o Kadett na enchente da rodovia
porque era
cego de paixão.
O pai naquele
Natal sabia
que nada era
por mal.
Entre Anas e
Marias mal resolvidas
foi bebendo uma
cerveja e preenchendo seus cadernos.
Entre tantas
possibilidades
foi parar na
ilha.
Entrecortar caminhos
entre um mar e um lar...
Quedê o
garoto que pulava poças da chuva na rua?
Quedê os
discos comprados vendidos
por causa da
falsa sensação de vida moderna?
Que dê algo mais
de positivo.
Que dê ainda
sentido à correria agora calma
com a alma
daquele menino.
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