Sobrevive
à procura de
uma nova história de amor.
Desce o
escadão de madeira que range
a idade da
casa velha,
mais uma
garrafa de conhaque a tira colo.
Para em
frente ao piano desbotado.
Contempla o
porta-retratos,
aquela linda
e besta felicidade juvenil.
Senta-se à
banqueta de couro ressecado,
o cálice
trincado perdido na atmosfera.
Amareladas
teclas – até um bom vinho francês
já manchou
reputações.
Um indicador
maceta o marfim, débil,
ensaia apenas
uma melodia sem nexo.
O sexo dos
anjos.
A solidão dos
deuses.
Num gole mata
o conhaque
num ímpeto
baixa a guarda do teclado.
A madeira soa
todas as notas graves do abandono.
A brisa agora
é o cheiro da chuva que chora
um amor que
nunca teve rosto.
Mais uma
noite –
a morte sorri
sedutora na varanda.
CRiga.
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