quarta-feira, 4 de março de 2020

Na volta da meia idade


Descendo a ladeira de paralelepípedo
no salto alto de ponta gasta
no desequilíbrio de gritar o psicanalista.

O apoio amigo são as fachadas
das velhas casinhas da cidade histórica
se desfazendo sem você denunciar.

Mas as velhas às janelas não perdoam
e pincham todos os teus defeitos
em cada muro que esfola as mãos.

A baixada só tem mato crescendo,
está vendo? Um lamaçal e um nevoeiro
cobrindo o brejo dos sapos dinossauros.

Depois...
fica apenas um par de botas enlameada.
Segurar nos troncos mortos, tortos, lindos
que mostram as rugas sorrindo experiência.

Então
você chega ao outro lado da margem!...
De lá você até enxerga o fundo do vale
bem ali perto, menos escuro
nada assustador na verdade.

Mas prefere seguir em frente
subir o morro que resta.
Grama verde, orquídeas que você nunca notaria
no fatídico dia em que começou a descer.

Caminho suave, passo de reaprender
na cartilha que a cada passo
você poderá reescrever.

CRiga.

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