Dedo
na garganta e apropriação devida de coisas que não são minhas. Roubo mesmo se
isso me faz bem. Todos eles roubaram de alguém e ocultaram o crime embelezando
a boneca com batom de vinho seco e barato, aquele que escorre no canto da boca
de riso artificial e plástico manchando a pele feito espancamento pela metade.
E
eu espanco mesmo neste dia, arranco sangue, crio clássicos hematomas de
inocência. E um texto roubado no final não é nada que não se possa se explicar
na posteridade.
Enquanto
isso declaro às autoridades ter visto tua foto três por quatro, guardada,
culpada pelo crime, desbotada na carteira velha - meu coração não é selvagem, é
apenas marginal que comete crimes, acusa inocentes e oculta cadáveres.
Inocente?
Você foi embora roubando meu disco do Elvis por causa de Suspicious Mind,
apropriação devida. Apropriação de vida pra sobreviver sem mim na
marginalidade.
Feliz
aniversário, mas vou ter que te matar mais uma vez agora. Deixe que noticiários
contem as mentiras, porque a verdade nós dois sabemos: ninguém morreu, meu bem,
ninguém. Textos renascem todo dia e os discos estão voltando à moda. Menos nós,
sobreviventes sem graça, grafados perdidos sem valor nem moral, feitos
classificados de jornal.
CRiga.
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