Quando cala, instaura a dúvida.
Se fala, é
preciso cuidado –
inclusive para
ouvir.
Pode declamar
poemas
ou xingar o
motorista.
Dizer que ama,
que tome
cuidado na estrada.
Quando beija
no rosto é
carinho.
Nela é paixão!
Às vezes só selinho
de carinho com
paixão.
Engole sapos
e outras bocas,
mamilos e
mangas da estação.
Faz biquinho
na selfie
e não sabe se
portar
sozinha no
metrô.
Quando se
abre gargalhando é piada boa,
ou, no desenho
animado, é o vilão –
hoje criança tem
medo da bruxa má?
Quando sorri
é tanta coisa...
Gentileza.
Leveza.
Amor.
Sedução.
Felicidade.
Lembrança
boa.
Um “olá”.
Um “tchau”.
Mal difícil
ser.
Geralmente é
muito bom.
É maldita, é
da noite.
Cochicha
preces na igreja.
Grita um nome
ao portão.
Serve pra ir
a Roma
ou pra puta
que pariu.
Sozinha sente
a lágrima correr salgada
e engole o
choro disfarçando a dor.
Às vezes
nunca falou
e as mãos
fazem a vez
e a voz.
Às vezes fala
demais
inclusive com
as mãos –
que digam
nossos italianos!
Bate com ela
é baixaria.
Dela pra fora
pode até não ser sério,
mas às vezes
magoa.
Pode dizer
sobre tanta coisa boa...
por que então
maldizer,
querer
estragar os dias?
Dos buracos
da cabeça
é o único sem
par.
Mas quando
pareia
incendeia!
Numa ceia dizem
que traiu.
Em outros
tempos tristes
entregou
inimigos à fogueira.
Hoje engana fiéis
com fome de
Verdade.
E canta!
Inclusive, paquera...
Morde e assopra.
Dilacera
por ódio
e por amor.
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