Ainda
a fórmula drástica: os perdões perdoam até a memória eletrificar os neurônios e
desejarem apenas que a tua morte seja digna. Comparecerão ao teu enterro e até
chorarão uma lágrima sincera, mas os cochichos dirão que porque morreu não se
tornara santo. Nem tenho esta pretensão.
O
perdão é uma coisa muito foda de cada um – na verdade, ele não existe. Pior é
não conseguir se perdoar. Preciso extrair disto um bom epitáfio – quem nunca
não perdoou que puxe o gatilho da mágoa e aponte o dedo diminuindo o diminuto
eleito culpado. Faz bem não perdoar. Bem pra quem, não se sabe bem.
Mas
concordo com o meu imperdoável, sou dele a alma que não descola do corpo
putrefato. Por isso sigo amável. Um eterno olhar de bezerro doente. E uma fúria
de tirar o fôlego até a alma sufocada entulhada no canto da casa lembrar-se que
viver assim é estar sempre só e tudo bem. Deixe-me chorar os bons passados que
sei que também não me perdoarão. Eu não tenho mesmo saída.
Nem
gatilhos tenho direito de puxar. Eu aprendi comigo a perdoar de tudo. Menos a
mim mesmo.
CRiga.
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