É um corvo
velho depenado
no
subterrâneo frio do centro da cidade.
Seu ópio é
combinar cores na salada
nos dias de
semana.
Suas mãos têm
o odor do almoço pronto.
Seu
hibernáculo captura novas melodias
pra ouvir-se
profundamente
silenciosamente
só.
Seu amor pra
dar é um pedido eterno de perdão.
Seu sono
agrada porque o transporta
a outro lar
que não um pseudo escritório.
Seu amor
precisa de amor, mas não quer.
Seu sono é
longo e quase eterno
câmera lenta
que perturba.
Um inferno
com sofá pra cochilar.
Nunca vai
pedir o desvio do teu olhar.
Cansou de ser
cansado
não quer
direito de descansar.
Precisa não
apagar sorrisos, talentos.
Os medos são
contados nos dedos de uma mão.
Dedos finos,
medos grandes –
no caminho
que apontam
há sua cruz
desacreditada.
Não tem
direito de chorar,
mensagens
prontas obrigam a agradecer.
É um fio do
tapete farrapo à porta trincada
da casa
condenada pelo tempo.
Santos andam
sobre as águas,
heróis voam
vigiando os bons.
E ele sabe
muito bem que é.
Será que
consegue afundar?
Será que
consegue cair?
Não consegue.
Nem chorar.
CRiga.
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