quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Uma canção ao imemorial



Eu te chamo em melancólicos sinais
porque te chamar talvez seja a solução
dos meus pobres dilemas, um perdão.
É um respirar quebrado, um pedido de socorro,
mas você não ouve este meu mais novo clichê.

Eu me agarro àquela juventude tão singela
feita estátua de areia que dissolve
quando a sirene ecoa despertando o dia.
O meu tempo já passou, a maré me engoliu
e eu não vi você passar de novo por aqui.

O que eu vi foi uma única foto
você na praia, os aros pretos de antigamente.
E eu me reconheci – eu vi você sorrindo
talvez pedindo para eu voltar.

Há um sol que me entristece, preferia a chuva,
tenho tido muito tempo de pensar muito em você.

Tempos em tempos você me invade sem querer,
e eu estendo os braços da memória
murmurando frases desconexas, como num sonho,
pra gente um dia ficar junto.

Mas como são impossíveis as possibilidades!...

Você foi embora naquela carona com teu pai
e eu fui a hora de quebrar a esquina louca.
Aquele caminho de chorões numa floresta sem luz
que deu aqui, onde continuo completamente perdido
completamente apaixonado por você!...

CRiga.



Nenhum comentário:

Postar um comentário