Estamos apenas
eu e você
e eu preciso
te socorrer.
Não adianta
me negar a mão –
você pode me
puxar pra dentro
ou pode deixar-me
te salvar do desalento.
O problema é
que eu não te perdoo
mas tudo bem:
não tem mesmo jeito
de a gente
continuar sem se abraçar
na nossa velha
tempestade.
Não temos
caminho certo, como sempre.
Você errou,
eu desviei-me dos abrigos.
Amigos são
apenas bibelôs de estante
somos apenas
a lenda de uma fotografia.
Não adianta
culpar leões:
a psicologia
viaja na facilidade
de convencer
que os culpados não somos nós.
Andamos demais
nos equilibrando na palavra –
perdão.
Piada mal contada
de quem ama um ser
ao alcance de
uma simples mão.
Aprendemos que
o não é não.
Quando quebramos
a regra sem o manual de instrução
o vaso trincou
e o caco feriu jardineiros.
Nunca soubemos
curar feridas
nem nunca
soubemos da dor.
É importante
te salvar, eu sei,
porque mais
importante agora é vigiar.
O que nos
resta é preparar o tapete verde
e sair à francesa
pra vida desfilar.
Nossa Paris é
a paz de um abraço.
Havia fotos
de uma viagem feliz,
você as
enterrou no pântano dos erros.
Agora só
restamos eu e você.
Esqueça, as fotografias
já se foram.
Não seremos
nós os personagens do final feliz,
você sabe bem.
Cabe a nós,
abraçados no negrume,
picar as
trilhas e abrir caminho
enfeitar as pontes
e colorir esquinas.
Eu não me
perdoo
o mundo é um
voo no escuro.
A gente morre
junto
e o mundo
recomeça agora.
CRiga.
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