sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Memória posta à varanda


Daqui nunca há a melhor vista.
Nunca se alcança a pepita da tua pista,
pegadinhas de lua na rua que era minha
na memória de um coração caco na esquina.

Há vários precários caminhos,
vulgares cliques de modernidade.

Porém nunca houve pressa nos passos –
apenas teu sorriso calmo de quermesse
e um medo bobo de pular a fogueira
dos teus olhos.

Ponho à prova o pouco espaço no ar
que meu espírito tem para voar
até você.

Mudar a resposta do garoto tolo,
esperar-te numa nova carona.

Cafona, entrar na escola flores às mãos
e perguntar em cada sala por você.
Eu tinha tanto a te dizer
desde o início...

Edifícios hoje me bloqueiam
e mentalizo uma velha canção  
para vencer o concreto novo e frio.

O eco me devolve apenas um assovio,
um tom de melancolia, desencontros.

Daqui nunca mesmo se tem a melhor vista.
Por favor me dá uma pista,
onde é que você está?...

CRiga.



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