Quero
escrever cartas aos meus amigos. Não tenho medo de solidão. Armadilhas já
desarmei, ensinei com o calo que às vezes é melhor se calar. Eu teria muito a fazer.
A dizer. Quero escrever tantas cartas, meus amigos são espectros de luz que
passam, raiam feitos sol, e acompanham o satélite cruzando a noite
entre constelações docemente inventadas. Uma invenção sempre assim tão doce,
uma cidade que tem forma de peixe, lá da estação dá pra ver o olho ginasial
dessa menina linda. Não ter
nada contra ninguém. Afundar meus mais nobres sentimentos na raiz da terra,
abrigar ninhos de canarinhos que sempre terão medo, mas sabem que a casa é sua.
Por que será que toda segunda-feira de sol é sempre assim?
CRiga.
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