Há caminhos,
caminhante,
trilhas,
atalhos, avenidas.
Há vidas
que cruzam, encruzilhadas,
a dúvida no
passo também é normal.
Há o mal, e
ao lado não o bem:
há ali você
também
mãos dadas
ou num adeus.
Há mágoa e
um rio doce,
deixe a
água pura te embriagar,
te curar, todo
dia é um novo batismo.
Há remédios
e receitas de bolo,
bulas, mapas,
livros de poesia
e alguns manuais
de pra te autoajudar.
Há máquinas
que não param de trabalhar,
trabalhadores
que não param de maquinar
como sair,
como amar num turbilhão.
Há dívidas
que a gente paga de coração,
há outras
que não aceitam nosso perdão.
Há no fim
do arco-íris uma sexta-feira de sol,
uma flauta
doce, um Ravel e um rock and roll.
Há uma mesa
reservada, a bebida é gelada,
é inverno,
mas a sede de viver
ainda permanece
aquela mesma.
E há no fim
um novo começo,
tropeço, joelho
ralado, um lado que dói.
Mas há
caminhos, caminhante,
trilhas e atalhos como antes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário