quinta-feira, 28 de abril de 2016

Letargia


Estamos nós atados
sem fraqueza e melodia.
Estamos pós-modernos
vestidos céus
encarnados infernos.

Se o vinho deixa marcas
e comoção no escuro da noite,
estamos no açoite que estala
e obriga o dia a caminhar
e arrastar nenhuma poesia.

Estamos sós amados
sem armas, sem amantes.
Antes era fácil,
hoje somos restos
de velhos dinossauros.

Se o cedro deixa farpas
e carvão no fogo da floresta,
somos bombeiros e gasolina
somos a letra promessa da menina
que queima no tronco velho.

Estou um dia inteiro à procura de você
entre nós, ali escrita, escondida
atada a uma estúpida veia entupida.

CRiga.


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