Desfila
sorrateira
às vezes
montada no cavalo
do duro
monumento no Ibirapuera.
Ou estampada
nos olhos do anjinho
da cafona
fontezinha do bulevar.
É uma
respiração profunda
tentando dar
ritmo ao dia
e ao coração
cansado.
Câmera lenta,
você tenta engolir,
é café amargo
amanhecido.
Um drama de
atores sem fama,
uma cama que
não quer te largar.
Pousa nos
teus ombros as mãos pesadas
enquanto em
frente a um computador
você se
pergunta como se deletar dali.
Marca com as
unhas pretas por dentro do peito
feito
prostituta velha, bruxa fedida.
Gata preta no
cio te gritando
lá no fundo
da cabeça que pesa bigornas.
Beija sabor
sangue, congela o estômago,
amarga a
garganta, chuta os testículos.
Sopra um
vento polar na nuca,
parece que
nunca existiu verão.
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