Há um
friozinho n’alma, sabe...
É quando a
certeza machuca.
Quando o
nunca fica velho
e a gente
precisa se preparar.
Há um amor
guardado no armário, abre a porta,
lágrimas
correm cobrindo a madeira.
Precisamos arrumar
as malas, tirar as roupas,
nos abraçamos
nus na cama quente
assistindo à
estação nos acabar.
Há uma
dorzinha, sabe, uma vontade de ficar,
decorar a
casa e a canção mais uma vez.
Fizemos do
nosso gosto e batalha
um abrigo que
hoje bate sol.
Damo-nos as mãos,
giramos a chave na fechadura
pela última
vez, saindo pra não voltar.
Não há manhã
de sol que esquente a alma,
não há
dívidas pagas que apaguem
as nossas
marcas nas paredes vazias.
Então me dá
uma boa notícia –
melhor é falar
de uma nova esperança
que correr
pra alcançar o amigo carteiro
e dizer
adeus, esta carta já não é mais nossa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário