Eu tenho palavras para vender.
Palavras de
sabores artificiais.
Saquinhos de
Tang na dispensa da cachola.
Às vezes um
trago da cerveja artesanal.
O que trago
são letras num escudo medieval.
É que nada
muda tão facilmente no Brasil.
Ganho a vida
no mercado marcado das palavras.
Palavras não
para vencer dissabores.
Apenas para
não perder terreno.
Às vezes um
afago da certeza banal.
O que pago
não são meus dividendos.
O que recebo
não paga minhas dívidas.
Nem palavras
lindas e certeiras
muito bem
redigidas num discurso
desnudam as verdades
do Brasil.
CRiga.
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