terça-feira, 9 de abril de 2019

Cheiro de asfalto molhado


Havia um garoto perdido que só fazia
correr atrás dos ônibus lotados,
a juventude era confusa demais.

Havia sua poesia. Uma menina
com quem dividiu seus sonhos.
A chuva era confortante.
Muita música. Poucas descobertas.

Não havia fada madrinha nem rei mago.

Sempre quando chove,
os pneus dos carros da maturidade
rangem no asfalto hoje muito severo.
É quando cheiro e som se misturam
na alma, querendo resgatar aquele garoto.

É quando pulsa o pulso louco
ao som de uma nova canção
adolescente.
E nada mais resta senão a festa do silêncio
tripudiando sobre o dia amargo.

Sem madrinha fada nem rei mago.

CRiga.



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