segunda-feira, 4 de março de 2019

Quarenta e dois


Espinhosa mata que machuca,
faz tempo que me atravesso.
O excesso não cura, nem o escuro
de um quarto ao meio-dia.

Sei de todos os segredos
até dos que não me contaram.
E eu sei porque sou puro.

Na lente do escritor há uma história,
mas esta fica pra depois –
uma varanda de conselhos e moços,
haverá ouvidos gentis.

Eu sei o caminho, eu já trilhei
com menos responsabilidade.
Sei das pedras, só tenho um sorriso
e a mesma safira sincera
no olhar de confiar.

Vou correr contra o vento,
respirar o bafo gelado, viciado,
prazer em reconhecer!

Não há segredo nem na morte.
Há pedras – e o poeta já sabia muito bem.

Nem que não haja o mesmo sol,
é outono, vou curtir o vento cortante.
Há mesas juvenis na calçada, um convite.
Eu ainda sou o mesmo, me espera,
eu tenho boas novidades pra te contar.

CRiga.


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