A tela em
branco me desafia
mais um dia
eu preciso te dizer
que a vida
precisa de poesia.
Nem que
seja assim pueril
rimas
pobres, versos fáceis.
Florezinhas
coloridas num vaso
no beiral
da janela antiga
da ruazinha
de paralelepípedos
da
cidadezinha que a gente imagina.
Um rosto
antigo que vem nos visitar
um espírito
que mexe a gaveta na madrugada.
Mãos dadas
num sonho meio amargo
chocolate guardado,
as dores pela irmã querida.
Frio
desafio, notas coloridas
na doce
sexta de inverno.
Mais vale
forçar o pulso e deixar-me leve
que morrer
no tráfego a caminho da Capital.