terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Serenidade


Bom caminhar na terra árida
como quem caminha distraído
num jardim da primavera
num dia de sol.

Despejar aos poucos as pedras mágoas
guardadas nos bolsos furados,
livrar-se do que não faz bem
sem magoar ninguém.

Imaginar o futuro verde, boiar nas águas azuis,
esquecer das mãos cansadas do velho pastor
que se escraviza todo dia
nos envelopes do político.

É preciso viver assim,
descompromissado com o erro
desapaixonado dos papéis.

Eu preciso de botas pras novas léguas,
as botas que eu comprei num sonho
marrons cor da minha terra -
esta eu já posso dizer minha.

Eu preciso viver a intensidade do teu sonho,
nele estão o jardim da primavera, os sóis,
o futuro verde, as águas azuis.

O compromisso com o nada ter
e a paixão renovada na folhinha
que nunca vai correr veloz
fugindo assim de nós.


CRiga.


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