Tempos
cinzas da crise que nos bate,
cabe
a nós forçar na terra a raiz da paz
e
sorrir às crianças que nos esperam em casa.
Andamos
tempos só na corda bamba
sem
providenciar a cama elástica
caso
uma tempestade nos derrubasse.
Demos
ao doce refúgio nosso gosto,
construímos
o que é nosso abrigo
e precisamos agora nos despir daqui.
Mas
é tudo tão difícil, vender as roupas,
ficarmos
nus apenas com a alma.
De
onde retirar a energia, ela se esvai,
a
cada madrugada o rosto atônito
sentinela
engole o escuro da agonia.
São
tempos confusos, eu quero a liberdade,
mas
ela é tão cara quanto inalcançável.
Eu
quero fugir desta cidade,
eu
tenho a idade pra ser feliz.
Nos
salvaremos.
Mas
a custa de quantos anos envelhecidos
nestes
parcos dias cinzas de confusão,
nestas
duras noites de solidão
que
martirizam o espírito em vigília?
Eu
espero. O monstro não.
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