Há
gente que não acredita que estou lá. Mas
cada vez que estou em algum lugar, tenho
certeza de onde não quero ficar.
Quando
falta o adjetivo costurando o
verso que você procura lá
no fundo, até forjando doces memórias, é
porque morre um pouco de ti no moedor de carne das avenidas, das
vidas que não te importam. Adoece
o talento de curar feridas d’alma elogiada
apenas discreta. Impossibilita
o trago na fumaça confusa, fazendo das nuvenzinhas sem graça que pairam sobre teus pensamentos o
doce algodão doce com gosto que ousa um Drummond.
Há
um poente doente, o dia de sol que não vi, o
calor que não senti. O
ar condicionado me rouba a tentativa de brisa, porque
a briga das máscaras neste sempre carnaval me
afasta, me gasta, me dá gastura e vontade de fugir.
Os
atores são os mesmos, os
cotovelos invisíveis querendo espaço no alto verbo, no alto relevo. Às
costas as pás cavam as covas, dê um passinho, por favor... O
chão de madeira velha é polido pro tapete bem deslizar.
Ferino,
felino, rapina, estou em cima sem você me sentir. Sem
braço, mais um João, finge-se aleijado, mais
um abraço, beijinho de oi e de tchau. Eu
hoje nem beijei meus filhos, me deixe afundado na
honestidade que luto pra não se envergonhar.
Faz
tempo que não vejo gente assim, aliás,
me faz um bem não reconhecer de cara: meus
olhos azuis, fiéis como um cão, são
estes mesmos que você sempre verá.
CRiga.
Nossa! Muito bom!
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