sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Estação dos olhos verdes


Eu não tenho muito tempo, me devolve este sorriso.
Entre a vida sem lugar para sentar no banco do trem
e a morte presa às orações que não acredito,
eu insisto te procurar porque daqui a pouco
seremos apenas pó na multidão difusa.

Não és musa, nem amor de uma vida.
Apenas verdes olhos distraídos
preenchendo o nada nesse ar
muito devagar.
A porta se abre, você se esvai feito gás neon
deixa um rastro colorido,
florido vestido da ternura.

Eu tenho todo o tempo do mundo,
me devolve o pouquinho que você tomou.

Entre a morte de voltar às ridículas orações
e a vida de corações confusos,
eu continuo, no escuro,
até a próxima estação.

CRiga.



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