Viestes assim com as
prometidas asas
planando nos planos
sem datas
na paz promessa
dois nomes
dois sexos
dois anjos.
Improviso feito a
vida jazz,
fostes apenas um certo
medo
na menstruação
atrasada,
mas a gente tem medo
de tudo
o que não conhece...
Acontece assim:
a gente sonha
a gente acorda
com o filho que
chora
na madrugada
na hora de mamar,
e a gente dá de
mamar
a gente se dá e se
acostuma
e se dá conta
no meio da madrugada
que há um filho
lindo
que chora no
bercinho
que fica bem pertinho
só porque não sabe
andar.
E quando ele ensaia
a gente tem medo
de ele cair e se
machucar,
e a gente dá a mão,
chama e faz confiar
e ele vem sorridente
aos nossos braços
até aprender a
andar,
até aprender a
trair.
Quando ele ganha
asas desmedidas
é a gente que
cambaleia com medo
querendo vigiar,
ainda há as quedas,
ele vai se machucar,
mas ele não quer
mais a mão, reclama e nos faz odiar
parte sorridente sarcástico
dos nossos braços
até a gente aprender
a aceitar.
E a gente aceita o novo
improviso
a vida agora é um rock,
simples, dois
acordes,
mas é que a gente amaldiçoa
tudo
o que se nega a
conhecer...
Acontece assim:
há um filho lindo
que nasce assustando
que dorme
pacificando
que sorri
descobrindo
que adoece
preocupando
que engatinha no
jardim,
e que logo, tão
logo, caminha ao portão de casa
e vai embora na madrugada
bem na hora que a
gente se dá conta
que quer contar mais
uma história.
Partistes assim com tuas
próprias asas
boiando passageiro
em todas as casas
não faz promessa
tem vários nomes
e só pensa em sexo
inclusive o dos
anjos.
E a resposta também
não sei,
nunca soube
nunca saberei...
Mas à procura de
respostas
sei que voltarás improviso
jazz
enquanto com duas
notas vou te receber -
és meu mestre do
bebop
és meu astro rock
n´roll.
CRiga.
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