sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Toada de um amor vagabundo

 


Desmazelo, vovó diria
Até o dia
Que eu pedisse desculpas a Glorinha.

Amor cachorro…

Depois diria essa menininha é ouro.
E eu dando no couro
Mas evitando bisnetos dela –
No meu tempo santa é a camisinha.

Bandido!

Depois brigaria de novo.
Glorinha que era minha deu pra outro!
E vovó não sabendo de nada
Disse o que parecia tudo:

Glorinha dá pra quem quer
E você que não a trate bem
Que vai virar piada também
Na cama de quem a comeu.

Peguei um trem.

Então matei Glorinha
E na volta chupando sorvete
Apontei a mesma arma para vovó:

Mate que sou mesmo velha...
Pelo menos no inferno onde vou
Ouvirei com gosto feito mãe ausente
Glorinha falando que amava você
Que doce diabinha!

Que graça que a vida tinha?

Vovó só morreu de velhice
E nem pito me trouxe na cadeia
Antes de a corda amarrada no teto
Dar cabo de minha vida
Naquela cela fria.

Glorinha?
Virou santa e ganhou devotos
Com pôsteres de borracharia.

𝐂𝐑𝐢𝐠𝐚.



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